Fibra rápida e fibra lenta
A musculação pode priorizar o trabalho de um ou de outro
tipo de fibra, dependendo do objetivo. “Uma complementa a outra”, diz a
professora da Faculdade de Educação Física da Unicamp Mara Patrícia
Chacon-Mikahil. Fibras musculares “lentas” têm maior quantidade de nervos por
unidade. “Essa característica permite que os movimentos sejam feitos com maior
precisão e controle. Assim, o músculo trabalha por mais tempo, o risco de lesão
é menor e o treino ainda melhora a coordenação. Evita-se, dessa forma a famosa
‘roubadinha’, que muitas vezes machuca os ossos e as articulações”, diz Luiz
Fernando Alves, treinador da clínica Força Dinâmica. Já as fibras rápidas têm
menor número de neurônios ligados em cada unidade. Os exercícios, para essas,
duram poucos segundos, pois elas entram em fadiga rapidamente. “Essas fibras
aumentam mais de volume que as outras, mas um grande aumento da massa muscular
só é conseguido com cargas elevadíssimas. Se o objetivo é a qualidade de vida,
o treino deve ser feito com uma carga adequada, para que a pessoa faça mais
séries e repetições”, recomenda.
Hipertrofia
O aumento de massa muscular ocorre quando o músculo, após
“gastar” suas proteínas para realizar as contrações, começa a produzir novas e
mais proteínas. Segundo Vladimir Madolo, do Cepe, com exercícios, descanso e
alimentação adequados, é possível aumentar até 50% da massa muscular
naturalmente – ou seja, sem o uso de anabolizantes.
Isométrico e isotônico
Isométrico é quando o músculo não muda de comprimento
durante o exercício: a contração é mantida por, no mínimo, 30 segundos, sem
movimento articular. Isotônico é o exercício mais usado nas aulas de
musculação. A articulação se move, fazendo que o músculo se contraia e se
estenda, empregando a mesma quantidade de força para mudar o seu comprimento.
“É mais usado quando há lesões articulares, para fortalecer o músculo antes de
retornar às atividades habituais”, diz Ricardo Nahas, diretor científico da
SBME.
Joelho
Exercícios de força tanto podem detonar quanto fortalecer e
proteger os joelhos. Um cuidado é fazer o exercício aeróbico sempre antes da
musculação, na visão do fisioterapeuta Marcelo Semiatzh, da Força Dinâmica: “O
treino produz uma interferência neurológica que vai dificultar o controle da
perna depois, na corrida ou na caminhada. Na cadeira extensora da sala de
musculação, por exemplo, a pessoa fica estendendo a tíbia e forçando a
hipertensão do joelho. Se ela sai dali para caminhar, vai reproduzir esse
movimento na marcha e expor o joelho a um risco maior”, argumenta Semiatzh. Na
concepção dele, é importante, também, observar a rotação externa dos joelhos
durante os exercícios, tentando vencer a tendência que temos de virar os
joelhos para dentro quando realizamos os movimentos ou mesmo quando estamos
parados de pé.
Fonte: Jornal Seleção
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